sexta-feira, 9 de junho de 2017

É constitucional a aplicação de cotas raciais em concursos públicos em nosso país

Muitas vezes nos deparamos com pessoas que acreditam não haver mais conflitos étnico-raciais, ou seja, situações de preconceito racial. Algumas utilizam-se de argumentos biológicos para afirmar que não existem raças, afinal de contas somos todos pertencentes a uma única raça, a humana. Tal afirmação seria facilmente derrubada com as perguntas: de onde surgiu o termo racismo? Seria um sonho desvairado e alucinado de alguma pessoa com demência? Quem inventou está expressão o fez em cima de algo que impensável, inexistente? Certamente que não. Este termo surgiu de inúmeras situações problemas, vivenciadas por pessoas que ousaram bradar para a sociedade tais aberrações. Nelson Mandela, Martin Luther King, Cora Coralina, Milton de Almeida Santos, Abdias do Nascimento, Oliveira Silveira, Bezerra da Silva, Fundo de Quintal e tantos outros que ficaram no anonimato dentro e fora do nosso país.
No dia 8 de junho do corrente ano o STF decidiu que é constitucional a aplicação de cotas raciais em concursos públicos em nosso país, validando uma lei de 2014 que obriga órgãos públicos federais a reservarem 20% das vagas para pessoas negras (Correio do Povo, 09/06/2017 p. 5) Na mesma reportagem versa sobre a manifestação do ministro Luís Roberto Barroso que se desculpou por ter chamado o ex-ministro Joaquim Barbosa de “negro de primeira linha”, afirmado ter tido outra intenção, porem ter sido infeliz no modo de sua manifestação. Nos apartes da colunista Taline Oppitz na mesma página, a mesma diz, “o racismo no Brasil, infelizmente, segue sendo praticado em uma de suas piores formas, a velada, escondido sob o discurso de igualdade”. Isto dito, tornasse suficiente argumento para a necessidade de cursos, oficinas, palestras com especialistas sobre a temática afro-brasileira. 
Pautar esta problemática nos mais variados espaços sociais é fundamental para aqueles que realmente desejam a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. O preconceito não existe apenas na cabeça dos que o praticam, mais no sentimento de tristeza e depressão daquelas do qual foram vítimas.

Nosso foco, pautar, sensibilizar as pessoas para a possibilidade de um novo olhar e o reconhecimento das pessoas negras, como pessoas portadoras de direitos.