quinta-feira, 16 de novembro de 2017

Eu não sou seu negro

NOVEMBRO NEGRO UFRGS

Novembro Negro UFRGS

Mais um ano, novas histórias, outras ações, mas sempre a mesma luta por dias melhores e mais igualitários na sociedade gaúcha. No Link acima poderão acompanhar algumas das ações que estão sendo desenvolvidas na academia.


segunda-feira, 18 de setembro de 2017

sexta-feira, 9 de junho de 2017

É constitucional a aplicação de cotas raciais em concursos públicos em nosso país

Muitas vezes nos deparamos com pessoas que acreditam não haver mais conflitos étnico-raciais, ou seja, situações de preconceito racial. Algumas utilizam-se de argumentos biológicos para afirmar que não existem raças, afinal de contas somos todos pertencentes a uma única raça, a humana. Tal afirmação seria facilmente derrubada com as perguntas: de onde surgiu o termo racismo? Seria um sonho desvairado e alucinado de alguma pessoa com demência? Quem inventou está expressão o fez em cima de algo que impensável, inexistente? Certamente que não. Este termo surgiu de inúmeras situações problemas, vivenciadas por pessoas que ousaram bradar para a sociedade tais aberrações. Nelson Mandela, Martin Luther King, Cora Coralina, Milton de Almeida Santos, Abdias do Nascimento, Oliveira Silveira, Bezerra da Silva, Fundo de Quintal e tantos outros que ficaram no anonimato dentro e fora do nosso país.
No dia 8 de junho do corrente ano o STF decidiu que é constitucional a aplicação de cotas raciais em concursos públicos em nosso país, validando uma lei de 2014 que obriga órgãos públicos federais a reservarem 20% das vagas para pessoas negras (Correio do Povo, 09/06/2017 p. 5) Na mesma reportagem versa sobre a manifestação do ministro Luís Roberto Barroso que se desculpou por ter chamado o ex-ministro Joaquim Barbosa de “negro de primeira linha”, afirmado ter tido outra intenção, porem ter sido infeliz no modo de sua manifestação. Nos apartes da colunista Taline Oppitz na mesma página, a mesma diz, “o racismo no Brasil, infelizmente, segue sendo praticado em uma de suas piores formas, a velada, escondido sob o discurso de igualdade”. Isto dito, tornasse suficiente argumento para a necessidade de cursos, oficinas, palestras com especialistas sobre a temática afro-brasileira. 
Pautar esta problemática nos mais variados espaços sociais é fundamental para aqueles que realmente desejam a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. O preconceito não existe apenas na cabeça dos que o praticam, mais no sentimento de tristeza e depressão daquelas do qual foram vítimas.

Nosso foco, pautar, sensibilizar as pessoas para a possibilidade de um novo olhar e o reconhecimento das pessoas negras, como pessoas portadoras de direitos.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Comunidade Quilombola Unidos do Lajeado é certificada

Lajeado - No imaginário social, mencionar quilombos pode soar apenas como algo do período do Brasil Imperial, quando agrupamentos de escravizados se refugiavam em zonas canavieiras no século 18. No entanto, destacar a existência das comunidades quilombolas e sua importância na formação identitária de seus moradores é um dos objetivos da certificação desses espaços, principalmente onde os negros são minoria - caso do Vale do Taquari.

Foi isso que aproximadamente 20 famílias, que moram em uma área entre os bairros Santo Antônio e Morro 25, conquistaram no último sábado (18). O grupo recebeu um documento concedido pela Fundação Cultural Palmares, por meio do Ministério da Cultura (MinC), que os certifica como remanescentes das comunidades dos quilombos. A ação contou com o apoio e organização da Emater/RS-Ascar de Lajeado, que mediou os procedimentos a pedido do MinC, já que tem forte atuação com povos tradicionais.

Trata-se, portanto, de uma certidão de auto reconhecimento: ela tem efeitos culturais e legais, que garantem acesso a políticas públicas do Governo Federal, como explica a coordenadora de Assistência Técnica e Agricultura Familiar Quilombola da Emater, Regina da Silva Miranda. Para ela, é necessário pensar o quilombo a partir de práticas de resistência e experiência que constroem uma trajetória comum.

Ela diz que, embora, para alguns, o espaço possa transparecer uma ideia de isolamento étnico, não é assim que as pessoas ali se percebem. "Os quilombos continuam sendo um horizonte de resistência, pois, apesar da abolição da escravatura, ainda há uma forte reprodução da discriminação sobre os negros. Precisamos reconhecer que isso existe para poder corrigir este cenário. Então, estas comunidades ainda são formas de isolamento e resistência pela opressão que essas pessoas vivem numa cidade em que a maioria não é negra."

Políticas públicas de acesso à terra, inclusão produtiva e desenvolvimento local, além de tarifa social de energia elétrica, por exemplo, são alguns dos direitos conquistados com a certificação.

Agrupamento

Mariane Juliana da Silva (27) é diarista, mãe de dois filhos _ um menino de 10 e uma menina de 3 anos. O quilombo é onde se sente aceita e à vontade para circular, o que não acontece em todo lugar.

Entre as suas preocupações, além da preservação da cultura, estão as condições de vida de seus vizinhos. A certificação lhe traz a esperança de dias melhores. "Aqui era uma comunidade perdida. Aos poucos, estamos encontrando nosso caminho e nossa identidade."

Antes da entrega da certificação, o grupo de cerca de 30 pessoas conversou sobre a origem da comunidade. Ninguém sabia ao certo como ela tinha surgido. Ainda assim, a troca de experiência e histórias contadas eram semelhantes às de outro agrupamento que participou do encontro, o Quilombo São Roque, de Arroio do Meio.

O grupo de cerca de 80 pessoas vive no distrito de Palmas, a quase 600 metros de altitude. Descendentes de escravos africanos, eles também convivem com costumes atuais, mas ainda preservam tradições de seus antepassados. As duas comunidades irão promover visitas entre as áreas para fortalecer a cultura ancestral. Uma oficina para escrever a história do Unidos do Lajeado está nos planos para os próximos meses.

Projeto Vida em Construção

Desde 2011, um grupo de voluntárias trabalha em parceria com os moradores para promover mais qualidade de vida. Foi a Irmã Dorildes Biovesan (76) quem levou o projeto Vida em Construção à comunidade. "Começou em outros bairros, que tinham áreas em situação de vulnerabilidade social, como o Igrejinha e Conservas." Antes de conseguir doações com empresas da região para erguer uma casa que serve de templo e espaço para oficina, o trabalho de costura e patchwork era feito na rua, em frente às casas.

Marine é uma das pessoas que relata como o projeto foi importante para guinar sua mudança de vida e até desenvolver mais pertencimento com o quilombo. As voluntárias se emocionam. "Esse registro vai trazer mais identificação e estimulá-los ainda mais", comemora Irmã Dorildes.

A gente explica

A palavra quilombo tem origem bantu, que designa uma instituição política e militar que envolveu várias regiões da África bantu, conforme o antropólogo brasileiro Kabengele Munanga. A definição designa uma área geográfica e um complexo cultural da África Negra. Os primeiros contingentes de negros escravos trazidos para o continente americano eram oriundos de povos dessa região.

Para o antropólogo, a presença dos negros buntus e sua liderança nos quilombos são inegáveis, porém, seu caráter seria transcultural já que reunia negros de outras regiões africanas e demais indivíduos marginalizados pelo regime colonialista.

Fonte: Emater/RS

Crédito da notícia: Luísa Schardong 
Última atualização: 20 de fevereiro de 2017 às 08h13min 


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