quarta-feira, 19 de novembro de 2014

VISIBILIDADE LATENTE

VISIBILIDADE LATENTE
Gilson dos Anjos[i]

            Embora o imaginário local de cidadão ideal não contemple a etnia negra, ela esteve presente desde a chegada dos primeiros colonizadores açorianos. Os escravos dos casais açorianos bem como os que foram utilizados no século XIX para obtenção dos títulos de propriedade como nos aponta os escritos do professor Schierholt assim como os apontamentos de Lothar Hessel sobre o município de Estrela. Estas e muitas outras evidências sobre a participação do negro aparecem marginalmente aos escritos sobre a pujança e desenvolvimento regional sempre legada as contribuições de nossos “irmãos” europeus. Pois este imaginário, o do cidadão ideal ainda não se encontra aberto a presença dos diferentes embora as circunstâncias recentes venha provocado um significativo aumento de negros senegaleses, haitianos e de outras nacionalidades que assim como os imigrantes alemães e italianos vieram para cá em busca de um lugar digno para si e para os seus. São tempos diferentes mas as circunstância das migrações se assemelham, o problema é que as fronteiras ideológicas continuam nos afastando.
            A diminuição destas distancias começam a ser edificadas por algumas ações e políticas públicas de cunho federal e estadual que promovem a elevação dos níveis de estudo e as condições de disputa, num cenário adverso, das populações negras de nosso país e Estado que por efeito cascata chegam ao nosso povoado. Nos últimos dias tive a oportunidade de me reunir com o secretário municipal de saúde de Lajeado Sr. Glademir Schwingel e com a coordenadora de política para as mulheres Senhora Danielle Pimentel para discutir políticas públicas de saúde para a população negra de Lajeado. Nesta quinta-feira 20 de novembro devo me reunir com o representante do Ministério Público Federal para discutir a contribuição deste órgão federal no processo de reconhecimento das comunidades remanescentes quilombolas da região.
Estes movimentos demonstram que estamos trilhando um caminho correto ao procurar dar Visibilidade Latente sobre a forte presença e contribuição dos negros na história local pois como conclui em minha dissertação de mestrado em 2012: “dignidade, protagonismo, autonomia e inclusão social não podem ser artifícios simbólicos de uma sociedade justa”.
Feliz dia, semana e mês da CONSCIÊNCIA NEGRA e com elas os dias vindouros com mais harmonia, reconhecimento e respeito a Diversidade.





[i] Mestre em Educação e Militante Social

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