VISIBILIDADE
LATENTE
Gilson dos
Anjos[i]
Embora
o imaginário local de cidadão ideal não contemple a etnia negra, ela esteve
presente desde a chegada dos primeiros colonizadores açorianos. Os escravos dos
casais açorianos bem como os que foram utilizados no século XIX para obtenção
dos títulos de propriedade como nos aponta os escritos do professor Schierholt
assim como os apontamentos de Lothar Hessel sobre o município de Estrela. Estas
e muitas outras evidências sobre a participação do negro aparecem marginalmente
aos escritos sobre a pujança e desenvolvimento regional sempre legada as contribuições
de nossos “irmãos” europeus. Pois este imaginário, o do cidadão ideal ainda não
se encontra aberto a presença dos diferentes embora as circunstâncias recentes
venha provocado um significativo aumento de negros senegaleses, haitianos e de
outras nacionalidades que assim como os imigrantes alemães e italianos vieram para
cá em busca de um lugar digno para si e para os seus. São tempos diferentes mas
as circunstância das migrações se assemelham, o problema é que as fronteiras
ideológicas continuam nos afastando.
A
diminuição destas distancias começam a ser edificadas por algumas ações e
políticas públicas de cunho federal e estadual que promovem a elevação dos
níveis de estudo e as condições de disputa, num cenário adverso, das populações
negras de nosso país e Estado que por efeito cascata chegam ao nosso povoado. Nos
últimos dias tive a oportunidade de me reunir com o secretário municipal de
saúde de Lajeado Sr. Glademir Schwingel e com a coordenadora de política para
as mulheres Senhora Danielle Pimentel para discutir políticas públicas de saúde
para a população negra de Lajeado. Nesta quinta-feira 20 de novembro devo me
reunir com o representante do Ministério Público Federal para discutir a
contribuição deste órgão federal no processo de reconhecimento das comunidades
remanescentes quilombolas da região.
Estes movimentos demonstram que estamos trilhando um
caminho correto ao procurar dar Visibilidade Latente sobre a forte presença e
contribuição dos negros na história local pois como conclui em minha
dissertação de mestrado em 2012: “dignidade,
protagonismo, autonomia e inclusão social não podem ser artifícios simbólicos
de uma sociedade justa”.
Feliz dia, semana e mês da CONSCIÊNCIA NEGRA e com
elas os dias vindouros com mais harmonia, reconhecimento e respeito a
Diversidade.
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