21 de março – Dia Internacional de Luta pela Eliminação da
Discriminação Racial
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Um novo olhar para velhas questões sociais –
Muito
se tem caminhado na direção de um mundo mais justo e solidário, mas ainda há
muito a se avançar no sentido de se colocar, em prática, formas de tratamento
socialmente iguais e, bem como direitos às pessoas. Falar em discriminação
racial não é algo novo, já que desde 1948, com o estabelecimento da Declaração
Universal dos Direitos do Homem - e aqui cabe um parêntese, pois em 1948, a
sociedade mundial começava a tratar sobre os direitos humanos, ainda que em uma
perspectiva machista, conceituando o humano apenas na condição masculina, que
felizmente agora já superamos -, pelas Nações Unidas em Paris. Entretanto,
passados 63 anos, ainda se faz necessário um esforço mundial para a compreensão
e reconhecimento da diversidade como algo a ser respeitado. Neste sentido,
nosso olhar é que deve ser novo com relação a esse tema, tão utilizado por
interesses de promoção pessoal que acaba por perder sua legitimidade como
expressão de liberdade de pessoas em situação de opressão. É preciso observar
essa questão sem o viés da paternidade, mas com o sentido de ação conjunta de
toda a sociedade na promoção da harmonia e da convivência digna., capaz
solidificar uma sociedade do bem estar social.
Nesse
contexto, a discriminação racial consiste num processo sócio histórico,
construída por interesses ideológicos relacionados ao poder de dominação de
alguns grupos sociais sobre outros oprimidos. Interessante atentar que a
cultura e os costumes sociais da classe dominante acabaram por naturalizar tal
processo, outorgando ao negro a posição de inferioridade consentida, ainda que,
não raras vezes, de forma velada, em virtude da construção de uma crença
associada ao estereótipo pejorativo da raça negra.
Por
outro lado, o movimento negro organizado motivou o avanço dos estudos na área
de direitos humanos, fazendo emergir o debate público sobre esse antigo tema,
ainda, no entanto, não vivenciado plenamente pela sociedade. É necessário
demarcar que a conotação de discriminação em relação à raça já consta como
crime estabelecido por lei, e que, não apenas por isso, deve-se investir em
ações que exercitem a convivência com as diferenças entre as pessoas, como
aspecto a prevenir conflitos, na lógica do direito e não do favor consentido.
Urge
que a sociedade se posicione numa postura de empoderamento social aos
afrodescendentes, que em relação a si mesmos ainda não se reconhecem como
agentes de transformação, autonomia e dignidade. Como bem aponta Rosa
Luxemburgo, lutemos “por um mundo onde sejamos socialmente iguais, humanamente
diferentes e totalmente livres.”
Caroline Lima Silva
Psicóloga, Mestre em Psicologia – UFRGS
Pós-graduanda em Gestão Social: Políticas Públicas,
Redes e Defesa de Direitos
Gilson Luiz dos Anjos
Educador/Historiador/ Militante Social das Questões
da Negritude e
Mestre em Educação - UFRGS
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