domingo, 18 de maio de 2014

“A presença dos Negros no Vale do Taquari”
      Para compreender a presença dos negros no Vale do Taquari, partimos das palavras da professora Ivete Huppes na página 8 da apresentação do livro “O Vale do Taquari: sinais de uma identidade”
(...)O  Vale ainda se encontra à espera, por exemplo, da investigação que lhe descreva com rigor a história, a partir dos povos indígenas que primeiro o habitaram. (Huppes, 2002)

Há muito mais sobre o vale a conhecer e neste sentido meus estudos no curso de História - “O Negro na Historiografia Regional: da omissão a negação” e no Mestrado – Reconhecimento e Negritude: uma questão da educação? Situam sobre o lugar de onde falo. Pesquisador negro morando a duas décadas em Lajeado onde se viu provocado a estudar mais e especialmente sobre as questões da negritude em busca de reconhecimento e dignidade não apenas para si, mas, para a maioria das pessoas de etnia negra.
A história deve ser interpretada a partir de seu contexto buscando compreender os fenômenos que contribuíram para que acontecesse de uma ou outra forma. É esta compreensão que sustenta a análise sobre a presença dos negros no Vale do Taquari.
Analisei obras sobre Vale do Taquari e como abordavam ou omitiam a presença dos negros na história regional. Assim comecei a compreender como se construiu o imaginário sobre o cidadão ideal a ser projetado e estimulado a permanecer e pertencer à cidadania regional que passo a registrar nestas linhas.  
Em  Monografia do Município de Taquari o autor escreve:
“Tornam-se dignos da missão de governar aqueles que sabem tão claramente compreender a utilidade de uma estatística, como uma das mais belas manifestações do progredir, tornando-se fiel tradutora das condições econômicas, do estudo aprofundado do solo habitado, do desenvolvimento intelectual, do nivelamento moral da sociedade, em dada época” (Faria, 1981, p. 19)

Buscando disponibilizar às autoridades municipais elementos que possibilitariam definir onde aplicar os recursos públicos estimulando o progredir de parte dos habitantes daquele município, publicada em 1981 a obra foi escrita em 1910 poucas décadas após a assinatura da Lei Áurea.  Período em que a dificuldade de comunicação e acesso a informação eram enormes, e como podemos perceber em uma novela das 18 horas, os negros que trabalhavam na Marinha revoltaram-se em função dos maus tratos e os castigos físicos que sofriam (Revolta da Chibata) Se a Marinha que era uma autarquia governamental, não cumpria as leis, o que imaginar sobre as ordens dos senhores de escravos nos mais variados rincões deste país.

Um comentário:

  1. Esta é uma primeira postagem sobre uma análise sobre “A presença dos Negros no Vale do Taquari” seguirão nos próximos dias mais quatro postagens de continuidade desta análise. Desejo a todos uma boa leitura e ficarei contente em receber seus comentários.

    ResponderExcluir